“A gente briga por bobagem... ou será que não?”: Entenda a comunicação emocional nos relacionamentos
- Priscila Stacul

- 10 de jul.
- 2 min de leitura

Já discutiu por causa da louça suja e depois percebeu que o problema não era a louça?
Todo casal, família ou amizade de longa data já passou por isso: a briga começa por um motivo pequeno (“você não lavou a louça”, “demorou pra responder a mensagem”, “não guardou o carregador”) mas, no fundo, o que dói não é o prato, o tempo ou o carregador. É a sensação de não ser visto(a), ouvido(a) ou valorizado(a).
Comunicação emocional: o que é isso?
A maioria das pessoas aprendeu a comunicar o que pensa, mas não o que sente. Exemplo clássico:
O que você diz: "Você nunca ajuda em casa."
O que está sentindo: "Eu estou sobrecarregado(a) e queria dividir isso com você."
Na prática, expressamos reclamações quando o que queremos é acolhimento.
O que acontece no cérebro durante uma briga?
Durante um conflito, o cérebro ativa a amígdala, responsável pela resposta emocional rápida (fuga, luta ou congelamento). O problema? A amígdala não sabe negociar. Ela só quer se proteger.
A parte responsável por analisar e conversar racionalmente, o córtex pré-frontal, só entra em ação quando você pausa, respira e reflete.
Por isso que no calor da discussão tudo parece mais grave do que realmente é.
E o humor nisso tudo?
Vamos combinar: ninguém acorda querendo brigar por conta do tapete torto ou do “tom” da mensagem no WhatsApp. Mas quando a emoção acumula e a comunicação trava, até isso vira guerra.
O humor pode ser um ótimo regulador emocional:
Um sorriso no meio da tensão quebra defesas
Uma frase leve pode desarmar a crítica
Um “tá vendo como a gente tá exagerando?” pode reconectar
Claro: humor saudável, que acolhe e não diminui o sentimento do outro.
Como começar a mudar essa dinâmica?
Experimente em três passos simples:
Pause: Respire fundo antes de responder automaticamente
Traduza: Pergunte-se: “O que eu realmente estou sentindo?”
Comunique: Fale sobre sua emoção, não sobre o erro do outro
Exemplo: Ao invés de "Você não liga pra mim", tente "Eu fiquei chateado(a) porque senti falta da sua atenção hoje."
Psicoterapia: um laboratório seguro pra treinar essa comunicação
Na terapia, você aprende a identificar suas emoções e expressá-las sem precisar atacar ou se calar. É onde você treina conversar pra ser compreendido, não pra vencer uma discussão.
Se esse texto te lembrou alguma situação sua, talvez seja hora de aprender a falar de sentimento com mais clareza e menos gritos. Quando quiser, estou por aqui.







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