Como surgem as crenças limitantes e como identificar as suas no dia a dia?
- Priscila Stacul

- 23 de jul.
- 3 min de leitura

O que são crenças limitantes, afinal?
Crenças limitantes são aquelas ideias que você carrega sobre si mesmo, sobre o mundo ou sobre as pessoas e que te impedem de crescer, mudar ou se abrir para novas possibilidades.Elas não surgem do nada e, pior: muitas vezes, não são verdades. São repetições.
São frases que moram escondidas dentro da sua mente: “Eu não sou capaz.”“Eu sempre estrago tudo.”“Eu nunca vou conseguir.”“Eu não mereço.”
Você pode nem pensar isso conscientemente, mas essas ideias guiam suas decisões, seus medos e seus comportamentos.
Como essas crenças nascem?
Infância e referências familiares
Muito do que a gente acredita sobre si mesmo nasce nas primeiras relações afetivas. Se você cresceu ouvindo críticas constantes ou tendo que provar seu valor o tempo todo, provavelmente formou crenças como: “Eu preciso me esforçar muito pra ser aceito.” “Eu só tenho valor quando entrego resultado.”
Exemplo real: Uma criança que recebe amor só quando tira boas notas, cresce acreditando que só será digna de amor se for “perfeita”.
Experiências traumáticas ou frustrantes
Fracassos, rejeições, humilhações... cada uma dessas experiências pode virar uma “prova” interna de que você não é capaz, não é digno ou não é bom o bastante.
Exemplo prático: Alguém que tentou abrir um negócio e fracassou pode criar a crença: “Eu não sirvo pra empreender.” Mesmo que fosse apenas um contexto errado, uma falta de experiência ou outros fatores que nada têm a ver com sua capacidade.
Cultura e sociedade
Frases prontas e padrões sociais criam crenças coletivas que a gente nem percebe: “Homem não chora.” “Mulher tem que aguentar mais.” “Quem é rico é porque merece, quem é pobre é porque não lutou.”
Esses pensamentos limitam sua visão de mundo e, muitas vezes, sua relação com você mesmo e com os outros.
A psicologia explica:
Segundo Aaron Beck (conhecido como o pai da Terapia Cognitivo Comportamental), essas crenças atuam como óculos distorcidos. Você passa a interpretar tudo através delas.
Exemplo: Se sua crença é “eu nunca acerto”, qualquer pequena falha vira uma grande confirmação dessa ideia. (Fonte: Beck, A. T., Cognitive Therapy of Depression, 1979)
Como identificar suas crenças limitantes no dia a dia?
Observe seus pensamentos automáticos:
Toda vez que você se sente bloqueado, pergunte: “O que estou dizendo pra mim mesmo(a) nesse momento?”
Exemplo: Diante de um convite para algo novo, você pensa: “Isso não é pra mim.” Essa frase pode esconder uma crença como: “Eu não sou capaz de sair da minha zona de conforto.”
Analise seus padrões de comportamento:
Sempre desiste antes de tentar?
Sempre escolhe relações onde não é valorizado(a)?
Sempre prioriza os outros e se coloca por último?
Por trás desses comportamentos, quase sempre há uma crença limitante.
Preste atenção nas suas justificativas internas:
Frases como: “Eu sou assim mesmo.” “Sempre foi desse jeito.” São defesas da mente pra manter você no conhecido, mesmo que seja desconfortável.
“Essas crenças são tipo aquele parente chato: moram com você há anos, você já se acostumou, mas no fundo sabe que tá mais do que na hora de pedir pra se mudar.”
O que você pode começar a fazer?
Identifique a frase limitante.
Pergunte: “De onde será que veio essa ideia?” “Ela ainda faz sentido pra mim HOJE?”
Busque novas experiências que possam te mostrar o contrário. Quem disse que você não pode? Já tentou de outro jeito?
Psicoterapia: o lugar onde você aprende a identificar e desmontar essas armadilhas internas.
Na terapia, você começa a olhar pras suas crenças com mais clareza e menos culpa. E descobre que você pode pensar diferente. Viver diferente. Agir diferente.
Se você cansou de acreditar nessas histórias velhas que te limitam, a terapia pode te ajudar a escrever novas.







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