Confiança se constrói. Mas se quebrar... dá pra recuperar?
- Priscila Stacul

- 11 de jul.
- 2 min de leitura

Já tentou confiar de novo e ficou com aquele pé atrás?
Confiança é igual ao ar que respiramos nas relações: só sentimos falta quando acaba.Enquanto está ali, parece invisível e natural. Quando quebra, vem o vazio, o medo e a dúvida: “Será que dá pra confiar de novo?”
O que a ciência diz sobre confiança?
Do ponto de vista neurocientífico, confiança tem tudo a ver com oxitocina, um hormônio liberado quando vivemos experiências de segurança, carinho e conexão. Ela nasce devagar, em gestos simples:
Cuidado genuíno
Palavras coerentes com atitudes
Presença nos momentos difíceis
Ou seja, ninguém “ganha” confiança de presente. Ela é construída com experiências repetidas de segurança emocional.
Como a confiança pode se quebrar?
Normalmente, não é por um grande acontecimento. Ela se quebra em pequenos momentos de:
Mentiras (mesmo as “inofensivas”)
Falta de coerência (fala uma coisa, faz outra)
Indiferença emocional (não estar presente quando o outro mais precisa)
Promessas não cumpridas
Confiança não quebra só por erro. Ela quebra por repetidas ausências emocionais.
A metáfora do vaso colado com ouro
Na filosofia oriental existe o Kintsugi, uma arte japonesa que repara vasos quebrados com uma cola misturada a pó de ouro. A ideia não é esconder as rachaduras, mas valorizá-las, mostrando que aquela peça tem história, superação e beleza na imperfeição.
Relações quebradas, quando cuidadas com verdade e paciência, também podem se tornar mais fortes e significativas. Não voltam a ser como eram podem se tornar melhores.
Dá pra reconstruir a confiança?
Sim, mas não com palavras vazias. Só com atitudes consistentes. O processo passa por três etapas fundamentais:
Reconhecer o dano: “Eu sei que te machuquei.” Sem minimizar ou justificar.
Assumir responsabilidade: Não adianta dizer “não foi minha intenção” se o impacto foi real.
Construir consistência: Dia após dia, pequenos gestos coerentes vão colando os pedaços com o “ouro” da verdade e da paciência.
Confiança não volta por promessas. Volta pela prática constante.
Reflexão prática
Pense em alguém que você quer ou precisa confiar de novo. Pergunte-se: “Essa pessoa está mostrando mudanças reais ou só falou que vai mudar?”
E se for você quem falhou: “O que eu posso fazer HOJE pra essa pessoa se sentir segura perto de mim?”
Psicoterapia: onde você aprende a colar seus pedaços sem vergonha das rachaduras
Na terapia, você pode reconstruir a confiança nos outros e em si mesmo(a). Porque muitas vezes o medo de confiar no outro é reflexo da sua própria insegurança.
Se esse texto falou com seu coração, talvez seja hora de reconstruir, com paciência e cuidado as relações que importam pra você. Quando quiser, estou por aqui.







Comentários