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Respeito não é apenas não gritar, é aceitar que o outro pensa e sente diferente de você

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Respeito virou palavra da moda, mas você sabe o que ele realmente significa na prática?

Respeitar alguém não é só manter a voz baixa ou evitar palavrões numa discussão. É reconhecer que o outro não é uma extensão de você. Parece simples? Nem tanto.

  • Respeitar é aceitar que o outro pensa diferente, sente diferente, reage diferente.

  • Respeitar é saber que suas verdades não são verdades universais.

  • Respeitar é não tentar “consertar” o outro pra que ele funcione do seu jeito.

Parece óbvio, mas segundo o psicólogo Marshall Rosenberg (criador da Comunicação Não Violenta - CNV), a maioria dos conflitos ocorre porque a gente tenta impor nossas necessidades e interpretações, ao invés de ouvir as necessidades do outro.


O que a ciência diz sobre respeito nas relações?

Estudos sobre empatia e regulação emocional, como os de Tania Singer e Daniel Goleman, mostram que:

  • Nosso cérebro está programado para proteger nossas próprias visões de mundo. Quando alguém pensa diferente, o sistema límbico interpreta como ameaça.

  • Se não regulamos essa emoção (através da autorregulação emocional, função do córtex pré-frontal), reagimos com defesa, ataque ou fuga.

  • A empatia cognitiva, a capacidade de entender o que o outro sente sem necessariamente concordar, ajuda a diminuir esse conflito interno e a criar espaço para respeito.

Referências:

  • Singer, T. (2006). The empathic brain: how, when and why? Trends in Cognitive Sciences.

  • Goleman, D. (2006). Social Intelligence: The New Science of Human Relationships.


Então por que é tão difícil respeitar quem pensa diferente?

Porque, no fundo, o desrespeito nasce do medo. Medo de perder o controle, medo de estar errado, medo de não ser compreendido.

Exemplos clássicos:

  • Você se irrita porque a outra pessoa gosta de resolver problemas rápido, e você prefere refletir. Não é sobre quem está certo, é sobre diferenças de estilo emocional.

  • Você tenta impor sua rotina, sua visão de mundo e quando o outro não segue, acha que ele está “errado”.

Na verdade, vocês são diferentes, não inimigos.


Humor saudável, quando usado com carinho, ajuda a quebrar tensões:


"A gente discorda tanto que, se montasse uma dupla, ia dar uma ótima série de debates no Netflix."

"Não precisa pensar como eu. Uma cópia de mim já dá bastante trabalho."

Humor não é pra minimizar a dor do outro. É pra humanizar o conflito.


Práticas para aplicar respeito verdadeiro no dia a dia

  1. Autocontrole emocional: Respira. Não é urgente “vencer” a conversa. (A não ser que estejam disputando quem vai desligar o fogão, aí é outra história. Rs.)

  2. Curiosidade ao invés de julgamento: Troque o “como ele pode pensar isso?” por “o que na história dele fez ele pensar assim?”

  3. Comunicação empática: Fale de você. Exemplos: “Você está errado.” /“Pra mim, isso soa diferente. Posso explicar como vejo?”

  4. Espaço pra discordar: Respeito não significa concordar. Significa não transformar diferenças em ataques pessoais.


Psicoterapia: o lugar onde você aprende a respeitar o outro sem se abandonar

Na terapia, você aprende a:

  • Reconhecer seus limites sem ser agressivo.

  • Ouvir sem carregar a dor do outro.

  • Falar de forma clara e firme, sem violência emocional.

Porque no fundo, respeitar o outro começa quando você respeita a si mesmo(a).


Conclusão prática:

Na próxima discussão, lembre-se:

  • Não é sobre vencer.

  • Não é sobre ter razão.

  • É sobre criar um espaço onde dois mundos diferentes possam coexistir sem guerra.


Referências complementares:

  • Rosenberg, M. (2015). Comunicação Não Violenta. Ágora.

  • Goleman, D. (2013). Foco: A atenção e seu papel fundamental para o sucesso. Objetiva.

  • Singer, T. (2013). Empathy and compassion. Current Biology.

  • Gottman, J. (2015). Os 7 princípios para o casamento dar certo. Objetiva.

 
 
 

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